Vazia a sala de meu peito, cujo encanto
Versejo em mágoas que não cabem num papel
O meu silêncio escreve as dores deste canto
O qual declamo a sós de tudo, em vão, ao léu...
Outrora as flores que cingiam doce manto
Por sobre a terra tão sofrida imersa em fel
Sem seus poetas tudo é triste e dói, dói tanto!
Entregue a vida em seu ocaso, altiva, ao céu
Qual letra, enfim, reter-me a lágrima incontida?
Há de ficar pra sempre em nós a dor sentida
Sem que se escreva um alento e piedade
Se tudo é sempre assim: do amor rumo à saudade
Por que razões seguir em frente a nossa vida?
Por que o adeus teima em nascer da eternidade?
2012 Carlos Gomes
sábado, 17 de novembro de 2012
Vazia a sala de meu peito
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1 comentários:
Tudo bem, Vasco, muito obrigado pela publicação! :)
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