sábado, 4 de agosto de 2012

Dor ao vento

Ah esses espaços por onde navego
Rumo a teus braços e à saudade mansa
Odorífica primavera no corpo te entrego
Já florida por desejos saciada bonança.

Os nichos caiados de alva bruma
Decorados com o vôo das andorinhas
Atapetados com gotas de orvalho e de espuma
São lar de saudades tuas e de mágoas minhas.

O lenço branco hasteado no soluçado adeus
Não augura para meu coração doces tréguas
Antevejo no sussurro da brisa um furtuito lamento

Clamante, desolado, rubroso. Olho os avermelhados céus,
Abro meu peito ao trote da dor selvagem, lembrando éguas
Parindo potros de loiras crinas e corpos de vento.

2012 Olinda Ribeiro

45 comentários:

Alvaro Santos disse...

Olá Olindinha, um soneto muito sofrido, porém a beleza com que o adorna transforma-o em leitura muito preciosa.
Beijinho

Alvaro Santos

PS:Vasco este soneto foi publicado hoje certo?!.... É que tenho andado por aqui todos os dias e só hoje o vi publicado.

Joana Fernandes disse...

Absolutamente Maravilhoso!

Bjs

Joana Fernandes

Vasco Sotto Salgado disse...

Estimada e amada Poetiza,
meu coração sentiu este soneto como se ele próprio o tivesse escrito tal é a profundidade que alcança.
Assim tomo-o para mim e tê-lo-ei sempre junto a meu peito, acredite ou não o que sinto por si é sincero e grandioso.
Um grande beijo para um enorme ser humano que por condão ou fatalismo arrebatou meu coração.

Vasco Sotto Salgado

Júlio Bastos D`Orey disse...

Até parece um soneto ligeiro... parece mas Não É!
Ondula com as palavras e sem ser trágica expõe toda a dor que o peito encerra.
Um grande abraço.... e muito obrigado!

Júlio Bastos D`Orey

Maria Luísa Salgueiro disse...

Estou sem fôlego.....

bjs

Maria Luísa

Vasco de Sousa disse...

Olá a todos.
Sim, Alvaro, foi publicado no dia 11 de Agosto. Como a Olinda enviou para mim no dia 4, mantive a data original.
Tenho andado a banhos, aproveitando o nosso clima maravilhoso (e limitado a uma net móvel muito lenta... ...).
Se estão de férias, aproveitem.
Beijinhos e abraços.

Vasco

Alvaro Santos disse...

Agradeço a resposta e boas férias e boa poesia para todos.
Abraço

Alvaro Santos

Rita Brites De Noronha disse...

Fabuloso!
Encanta-me o talento desta admirável poetiza.

Rita

Tereza Assis Macedo disse...

Olindinha,
não lhe peço desculpa por obter um imenso prazer com a leitura de um soneto tão cheio de sofrimento pois a culpa é totalmente sua por escrever de um modo tão arrebatador, agradeço o momento.

Beijinho

Tereza

Alberta Góis disse...

Olindinha Olindinha Olindinha!!!
Lamento a sua dor mas gosto muito desta dor ao vento|
beijocas

Alberta

Gonçalo Amuedo disse...

Nestas férias travei conhecimento com uma nova poetiza que me arrebatou por completo.
Vou continuar fã e agradeço aos amigos que me recomendaram a poetiza Olinda Ribeiro, gostava de saber onde posso adquirir um livro para poder ler sem a preocupação da net.

Filipa Lemos Amuedo disse...

Muito bom, conquistou mais dois admiradores o meu marido e eu ficamos fascinados.
Parabéns

João Moura Cancela de Abreu disse...

Sublime.
Agradeço muito por me proporcionar boa leitura.

João Abreu

Paulo Sousa disse...

Olá e muito obrigado por mais um soneto espectacular.

Abraço

Paulo Sousa

Maria Costa disse...

A poesia da estimada Olindinha tem um dom que é fazer com que se saiba LER com a alma.
BJS

Maria Costa

Boas férias e bons banhos, ATENÇÃO AO SOL as queimaduras são perigosas.

João disse...

MUITO BOM!

João

Rui Pedro disse...

Muita dor mas um soneto soberbo.
Como sempre brinda-me com o que a poesia tem de melhor.

Bjs

Rui Pedro

Luís Maria Trêpa Meneres disse...

Quando a simplicidade de um soneto transcende a poesia significa que a própria poesia encontrou a sua razão de ser poesia. Parabéns a Olinda Ribeiro que admiravelmente conquistou por direito e com muito talento um lugar maior na essência da poesia.
Todos os elogios que se lhe possam fazer ficarão sempre aquém do que lhe queremos dizer e do que sentimos, como a própria diz noutro poema as palavras são parcas......

Abraço

Luís Meneres

Santos Onório disse...

Estou em estado de graça com a harmonia deste mavioso soneto, bem haja por partilhar.

beijinhos

Santos Onório

Isabel Dória Andrade disse...

Muito bonito e emocional.

BJS

Isabel

Bruno Monteiro Castro disse...

Sempre muito trigueira ainda que com o coração a sangrar a prezada poetiza mima-nos como se fossemos deuses,agradeço a deferência.

Abraços

Bruno Castro

Henriqueta Santos Carneiro disse...

Estou encantada porque rendida a esta delicada poetiza fiquei desde que li o 1º poema.

Beijo

Carolina Melo Menezes disse...

As lágrimas correm sem consentimento...

Carolina

Carlos Gomes disse...

A saudade...

Tirem do amor o mérito da beleza!
Porque a carrara pura e fascinante, somente na tristeza... A saudade é a maior das inspirações!

Sugiro uma música dos brasileiros Milton Nascimento e Fernando Brant, "Encontros e despedidas".

Belos seus versos, Olinda!

Dário Santareno disse...

Compreendo a sua dor, mas o soneto fica mais intenso e toca mesmo que não se esteja a sofrer, ou não fosse a estimada poetiza mestra das emoções.

Beijinho e agradeço a partilha.

Dário Santareno

Alentejano dos 4 costados disse...

Ai magana que me faz chorar e está um dia tã quente e com este sol inclemente a sua poesia ainda queima mais...

Venha até ao mê monte e beba um copito de vinhito da minha apanha e vai ver como as tristezas ficam logo mais animaditas....

Alentejano dos 4 costados

Maria José Valladas disse...

AGRADEÇO POR PARTILHAR UM SONETO MAGNIFICO!

BJS

Maria José Valladas

José Manuel Antunes disse...

Com a tristeza escreveu um soneto excepcional e continua a arrebatar-me.

Beijinhos

J. M. Antunes

Sargento Ferreira disse...

Como sempre a estimada poetiza encanta e emociona.

Abraços
Sargento Ferreira

Vicente Ortega Champalimaud Salgado Silva disse...

Bem escrever poesia é um luxo ao qual a Olinda Ribeiro se pode dar.

Eduardo Cunha Rêgo disse...

MUITO BOM! Parabéns .... mais uma vez!!!

Eduardo

Alexandra Monteiro de Barros disse...

A simplicidade com que me encanta faz destes versos o poema mais apetecido.

bjs & abcs

Alexandra Barros

Sofia Sousa Braga disse...

Está mesmo muitíssimo bom!

Sofia

Duarte Soares Almendra disse...

Aprecio mesmo muito este lindo soneto. Muito gracioso.

Duarte

João Pragal Torres disse...

Olindinha que maravilha de dor!!!!

maria da luz alves tavares disse...

BOM MUITO BOM!!!! ADOREI!!!

Victor Gonçalves disse...

Como sempre um soneto dentro dos parâmetros da excelência a que já nos habituou.

Abraço

Victor Gonçalves

Hugo Santiago disse...

É sempre um prazer renovado viajar nas palavras da prestimosa poetiza.


Hugo Santiago

Tomás de Medeiros disse...

Aproveitei as férias para reler toda a poesia da Olindinha aqui publicada, foi um prémio que dei a mim mesmo!!! Este soneto é a cereja no topo do bolo... MARAVILHOSO!

Abraços e muitos beijinhos

Tomás


Bernardo Aragão SottoMayor disse...

Estimada preciosa e doce Olindinha mas que rico e delicado soneto.

Bjs e Abracinhos

Bernardo

Gil Alves Macedo disse...

Olindinha estou emocionadíssimo deixa um aperto no peito, qual a razão???? o melhor é mesmo descobrir.
Beijos

Gil

Luís Grillo disse...

Singularmente espectacular.

Abraço

Luís Grillo

A. A. disse...

OLÁ !!!
É necessário existirem regras para que se possa confirmar a excepção... está confirmadíssima!!! A poesia da Olinda é excepcionalmente BOA!!!

Beijinhos e abracinhos que como já se sabe tem direito a todos os mimos

Pedro Fresas Vital disse...

A poesia da preciosa Olindinha preenche agradavelmente os meus momentos de lazer. Parabéns de novo.

BJS

Pedro Fresas Vital

PS: Olindinha para quando um daqueles seus textos poéticos em prosa maravilhosa? Fico a aguardar!

Rodrigo Quina Lancaster e Carduña disse...

Foi uma surpresa inesperada descobrir este espaço e principalmente esta poetiza que me embalou do primeiro ao ultimo poema.
Acredite que até eu fiquei surpreendido por não conseguir parar de a ler, cada poema era como um íman para o poema seguinte.

Rodrigo Lancaster