sábado, 28 de julho de 2012

Dissonância

Toda a poesia que se perde
Por preguiça, incomodo, ou desleixo,
São poemas da alma onde fecho
O “sentir” embrionário e verde.
Tantas coisas tenho para dizer
Porquês de vida querendo resposta
Calamidades internas onde a aposta
É o ego soltar a opressão que me faz sofrer.

Não deixar os tumultos internos prevalecer
É controlar a revolta interna do meu existir.
Mas tudo é errado e incongruente.
E sem que a vontade mande, todo o meu ser
Explodiu em obesidade física e mental, fazendo colidir
A liberdade e o direito ao que a alma sente.

2012 Olinda Ribeiro

33 comentários:

Júlio Bastos D`Orey disse...

Como a entendo prezada poetiza!!!

Grande abraço

Júlio Bastos D´Orey

Gil Alves Macedo disse...

Pois.... sei muito bem o que sente...
sinto-o igualmente.

Envio-lhe um beijinho muito consistente com a minha admiração por si.

Gil

Luís Maria Trêpa Meneres disse...

É de suma importância resolver-mos os conflitos internos, excelente exposição.

Bjs

Luís Meneres

João Moura Cancela de Abreu disse...

Um soneto muito sui generis e muito ao estilo intimista da nossa estimada Olindinha, são por demais conhecidas as razões porque a admiramos e valorizamos a sua especial poesia, já que a sua pessoa só a posso admirar virtualmente.

abraços e tudo o mais principalmente o meu agradecimento

João Abreu

Joana Fernandes disse...

Olindinha, a sua transparência faz-me rever em cada uma das suas poesias o meu próprio ser.

bjs

Joana Fernandes

Santos Onório disse...

Por vezes questiono se a prezada autora terá a noção da profundidade do que escreve, parece que escreve facilmente... porém não acredito que seja fácil libertar os sentires que põe na escrita, é que eu quando a leio sinto uma intensa regurgitação em todas as minhas emoções. Este soneto é a prova do que acabo de afirmar, estou totalmente mareado e suspenso nas minhas reacções mais controversas. É a vontade de vomitar tudo o que me incomoda e não pensar nos outros mas somente na minha harmonia interna... ser um bocado mais egoísta!
Um grande abraço.

Santos Onório

Natália Sommer disse...

Olindinha Olindinha que me tira do sério....faz-me questionar as minhas certezas.

Beijinho

Natália Sommer

B. Magalhães disse...

Muito me apraz digerir esta "dissonância" pessoalmente é como questionar a minha pretensa democracia interna

bem haja

B. Magalhães

Helena Ribeiro Telles disse...

Como sempre excepcionalmente bom!
Como sempre a provocar e a remexer questões internas!
Como sempre a impedir que o comodismo se instale!
Como sempre a mostrar porque a sua poesia é indiscritivelmente única!
BJS

Helena Telles

jonny disse...

É mesmo muito interessante, e cada um interpreta como a alma recebe.

jonny

Alvaro Santos disse...

Estimada poetiza bem haja por partilhar este poema que revela muito bem a sua interioridade.

Abraço

Alvaro Santos

Joana Palma disse...

Muito intimo.

Joana Palma

Lucas Caeiro disse...

Impressionante e fora de série.

Beijo

Lucas Caeiro

Carlos C. Gomes disse...

Olinda, tem um verso de uma canção no Brasil, canção de Caetano Veloso, que canta a dissonância do poeta com os estados de espírito comuns:

"Que nem alegre, nem triste, nem poeta..."

Há também o prefácio, de um dos livros do poeta e compositor Vinicius de Moraes, que conta:

"(...) é preciso habitar o centro dialético da existência, onde vida e morte, luto e renascimento, dor e prazer estão permanentemente se transformando uns nos outros. Viver nas proximidades desse vórtice violentíssimo, e mergulhar nele sempre que necessário - é essa a tarefa do poeta, é isso que faz de um poeta um poeta."

Sim. O tumulto interno deve prevalecer!

Isabel Dória Andrade disse...

Gostava de ter esta clarividência, provavelmente perceberia melhor certos sentimentos que tenho.

Bjs

Isabel

António Prata disse...

Este poema tem um conceito muito peculiar, embora mantenha o estilo próprio da prezada poetiza, deixa antever uma deliberada introdução a um estilo mais complexo, mudança? ou simplesmente indulgência? a seu tempo veremos. Quanto a mim aproveito para me interrogar até que ponto a minha rebeldia interior estará a soltar o grito do ipiranga.
Especial.

Abraço

António Prata

Alberta Góis disse...

Olá Olindinha, mais uma vez a sua poesia está a "desarrumar a casa toda" e se é bom ou mau não sei só sei que me dá que pensar.

Beijoca

Alberta Góis

Paulo Sousa disse...

Mexe a bom mexer... um contexto muito alargado mas bem direccionado.

Beijoca

Paulo Sousa

Zeferino Almeida disse...

Uma dissonância muito interessante e sempre a provocar interrogações a quem a LÊ, depois é dissecar e perceber a alma.
Gosto muito.

Abracinho

Zeferino Almeida

Joaquim Liberto disse...

Como sempre a estimada poetiza a serpentear entre os vários caminhos dos sentidos, depois aflora as emoções e deixa-me aqui a pensar se realmente a liberdade e o direito da alma colidem com os padrões da democracia onde supostamente todos os direitos são reconhecidos principalmente o direito à liberdade.
Muito sibilina e muito atenta, provoca o diálogo interno.

Beijos e abraços

Joaquim

Delfina Lonte Freitas disse...

Muito bom. Gosto e compreendo.

bj

Delfina Lonte Freitas

António Costa Cabral disse...

Quando o comodismo interno se instala é bem pior que morrer é vegetar, felizmente a nossa poetiza de serviço é uma eterna guerreira e ainda bem para todos nós que a lemos pois de caminho entramos na mesma luta e assim podemos afirmar que estamos vivos.
Magnifica a nossa Olindinha.

António Costa Cabral

Dário Santareno disse...

A Olindinha é a graça com que me aventuro no meu interno e eterno desassossego!
Bem Haja!!!

Dário Santareno

Fernando Portela Brito disse...

A Prezada poetiza paga o preço elevadíssimo para se manter fiel a si própria, muitas vezes será incompreendida, mas o bem que faz a quem a lê é com certeza uma recompensa que de alguma forma a recompensa, não sei se é o bastante, mas pelo menos tem a minha gratidão além da minha admiração.
Abraço

Fernando Portela Brito

Tereza Assis Macedo disse...

Escusado será dizer que quando a Olindinha quer, todo o seu ser poeta entra no contexto da rebelião e a poesia é só mais um grandioso mar de oratória onde (Felizmente para nós) bem sabe navegar.

Beijinhos e fico muito grata por continuar a poder usufruir destes momentos de leitura verdadeiramente excepcionais.

Tereza

Acácio Almada disse...

Grande Olinda Ribeiro!!!

Acácio Almada

Miguel Lemos disse...

Claro que explode!... e ainda bem... já que a sua mente não permite que castrem o seu talento nem a sua pessoa.
Adoro-a

Miguel Lemos

Maria Costa disse...

Agradeço por não permitir que amordacem o "Dom" com que foi agraciada.
beijinhos

Maria Costa

Maria Luísa Salgueiro disse...

Obrigada Olindinha por esta revolta interna.

Bjs

Maria Luísa

Rui Pedro disse...

Olindinha muitos parabéns por continuar inconformista
Adoro-a exactamente por ser como é
Adoro a sua homogeneidade
Adoro a sua rebeldia tem o frescor do dia acabado de nascer.
grande beijinho

Rui Pedro

Emanuel Teotónio Coimbra disse...

Olindinha só tenho que agradecer por partilhar este ribombar de sentimentos connosco, acredite faz toda a diferença.

Beijinhos e abraços

Hugo Santiago disse...

Prezada poetiza, sem estes sobressaltos muito dificilmente os poetas seriam dignos do dom de escrever poesia.
Gosto muito mas mesmo muito de si.

Hugo Santiago

Maria João Ávila disse...

Excelente! Como sempre está de parabéns.