terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O peso do céu

O peso do céu. Sobre a minha cabeça.
Perdoa-me. É tudo o que eu quero.
Deixa entrar o cão que a chuva escorraça.
Deitado no chão frio, aqui espero.

Com saudade relembro a lareira quente,
Diz-me o vento que agora é tarde,
A autoestima abandonou a mente,
Exposto à mercê desta tempestade.

Agora à chuva tudo eu confesso.
Amaldiçoo aquilo eu que me tornei,
Tudo o que fiz e o que deixei de fazer.

Assim, contra mim escrevo. Estou possesso.
Despido de pudores, suplicar-te-ei:
Perdoa-me ! Eu farei por o merecer.

2012 Vasco de Sousa

21 comentários:

Dama Misteriosa disse...

Muito bom este soneto!
Felizmente o Vasco nunca decepciona!

Bjs

Dama Misteriosa

Olinda Ribeiro disse...

...... Dize-me meu precioso poeta de onde vos vem tão nobre sentir? Dize-me!.. E em meus ais me porei de frágeis e frugais partires pra de volta me entardecer em mercês e abrir Oh humana criatura das entranhas dos penedos celebrar-te em eterna memória, os teus feitos, teus tesouros, tuas merecidas glórias!...

Beijinhos

Olinda

Maria Rodrigues disse...

Boa tarde, a nossa cruz... é a nossa melhor mestra, os nossos actos a origem das consequências... o amor de tudo nos redime... mas por vezes apresenta-se sobre a forma de espinhos e aí não reagimos muito bem... queremos um tapete de pétalas e manjares dignos de rei sobre a mesa!
Errar todos erramos, e se aprendemos com os erros e arrepiamos caminho os espinhos não são muito afiados e depressa encontramos alegria e conforto, acredito num Deus misericordioso e não num Deus castigador, a nossa consciência por vezes é que é muito pesada, é preciso estarmos atentos pois muitas vezes já nos redimimos e não nos apercebemos.
Tranquilize-se.

Maria Rodrigues

Leonardo Brito disse...

Olá Vasco de Sousa,

Parece-me um bocadinho pesado este soneto, mas sem duvida muito bom!
Abraço

Leonardo Brito

Vasco Sotto Salgado disse...

Olá Vasco de Sousa,
estou a morrer de ciumite aguda!
Não pelo seu soneto que é excelente e não invejo a sua poesia, antes agradeço por a partilhar connosco. Mas sim pelo comentário da nossa estimada poetiza, pois como se não fosse suficiente brindá-lo com a sua originalidade e amizade, ainda recorreu ao grande poeta Camões para o apaparicar!
É nesta dedicação que se descobre quem realmente nos aprecia.
Parabéns para os dois.

Vasco Sotto Salgado

Alentejano dos 4 costados disse...

Boa noite Vasco de Sousa,

Um soneto muito bom ainda que um bocadito puxadote, mas a poesia é a alma de quem a sente. ... e O Vasco tem este dom!

Abraço

Alentejano dos 4 costados

A poetiza sabe agraciar com o carinho que o poeta merece

Tomás de Medeiros disse...

Prezado poeta o soneto é muito bom, e está bem construído, só não percebi muito bem a que se refere!
É que ao contrário da Olinda Ribeiro o Vasco de Sousa costuma ser mais linear... e deixa as sinuosidades para a estimada poetiza, o que é da sua parte muito interessante.

Abraço

Tomás de Medeiros

Ana Clara Moniz disse...

Boa noite Vasco de Sousa, o soneto é a sua forma preferida de escrever poesia, faz muito bem, mas não descure as outras formas que faz igualmente bem.

Ana Clara Moniz

Alberta Góis disse...

Olá Vasquinho, tão intrépido?!
Mas como sempre um soneto com a sua alma.
Vá está perdoado! Mas o que quer que seja que tenha feito??? tente não voltar a fazer...

Beijinho e Abraços

Miguel Lemos disse...

Boa noite Vasco de Sousa, seja qual for a razão por si ou pelos outros, o facto é que penso que este arrumar os sentimentos em soneto dos mais variados temas é uma óptima receita.
Felicito-o

Miguel Lemos

Ana Pinto e Sá disse...

Muito boa noite Vasco de Sousa, um soneto muito bom, como sempre com a sua assinatura, parece ter alguma dureza, mas acho-o muito sensível.
Abraço

Ana Pinto e Sá

lucia neves jardim disse...

Boa noite Sr poeta, pese-me embora as palavras estarem bem legíveis, não entendi muito bem onde o soneto quer chegar, mas interpretando-o á minha imagem, é uma espécie de confissão pela coragem que não tivemos.

Bjs

lucia jardim

Hugo Santiago disse...

Pois aqui a poesia continua a ser óptima mas um pouco mais "Séria"!

Abraço

Hugo Santiago

Zeferino Almeida disse...

Boa noite Vasco de Sousa, este soneto arrepia-me um bocado... talvez a consciência me pese e eu não queira...

Abraços

Zeferino Almeida

Alvaro Santos disse...

Boa noite Vasco de Sousa, o soneto é bom mas muito triste!

Abraço

Alvaro Santos

PS: De certeza que o comentário da Olindinha o alegrou!

Pedro Fresas Vital disse...

Boa noite, parece-me que o sr poeta anda a mimar-nos como a poetiza... escreve poesia para ver se nós estamos atentos.... lá atento estou, mas não sei se se refere a si ou a outra situação... Mas que o soneto dá que pensar... dá1

Abraço

Pedro Fresas Vital

Tereza Assis Macedo disse...

Olá Vasco,
Mesmo que seja com um soneto pesado e talvez pessimista em excesso o facto é que gosto de o ler.

Abraço

Tereza Assis Macedo

Anónimo Assumido disse...

Boa tarde Vasco de Sousa, parece que o mundo é mesmo muito pequeno...
O Soneto tem a sua assinatura, mas espero que esteja tudo bem consigo... pois parece muito deprimido... se for só um estado de alma momentâneo menos mal.

Anónimo Assumido

Antónia Matos Neves disse...

Estimado Vasco, gostava de dizer que entendi o que quer dizer... mas de facto não percebi! Não entendo de onde lhe vem tanto azedume na escrita, ... provavelmente factos que desconheço, porém já li outras tristezas suas e até as compreendi e acarinhei.... Este soneto "pesa" muito.

Abraço

Antónia Matos Neves

Anónimo disse...

Oh homem tome um banho de água gelada que esses horrores passam...
livra

não costumo a comentar porque é um blogue muito simpático, mas ando por aqui, agora poesia tétrica é que não!
E olhe que você até escreve muito bem, li coisas suas assim pesadas e dolorosas e dark, mas nunca tão assustadoras.

O que vale é que tem essa sra que é uma simpatia e sempre vai animando um bocado a malta até quando escreve coisas pesadas o faz com muita gentileza

cristina luísa trafaria disse...

apreciei muito mais o comentário da poetiza que este soneto horrível e pavoroso que me deixou indisposta até o jantar me caiu mal

deve ser coisa de poetas entenderem estas coisas com uma visão que eu não tenho

cristina luísa trafaria