sexta-feira, 5 de agosto de 2011

… Do reverso ao verso!

Tal e qual um óvulo fertilizado,
Dá origem há aventura da gestação.
Assim eu percebi que o meu passado,
É uma dádiva repleta de informação.
Tenho que nascer do ventre no meu recurso,
Levar a sabedoria ao ponto zero,
Alterar a forma estática e o percurso,
Alinhavar o acto consumido do que espero.
Andar de gatas, balbuciar as primeiras palavras,
Abrir os braços, pedir colinho, fazer beicinho e birra,
Espernear, até conseguir arar terras bravas,
Semeá-las, colher o fruto, ignorando se me acirras…
Enquanto herdo a minha parte equitativa,
Interajo com as mudanças do crescimento,
O fardo insuportável, tem agora a perspectiva,
De se transformar num leve movimento…
Consequentemente o meu objectivo de nascer,
Já não é o padrão imposto pela tristeza,
É antes de mais a ânsia de crescer e apreender!
Reclamar para mim o direito desta riqueza.
Sabes… comi o pão fermentado na esperança,
E dentro do meu ser, a raiva, a mágoa, o desamor,
Não têm espaço, … pois voltei a ser criança…
E posso destruir o brinquedo que é a Dor!

2011 Olinda Ribeiro

41 comentários:

Alberta Góis disse...

Olindinha é um verso divino!
e destrua os brinquedos que quiser...e se for preciso eu dou as duas mãozinhas.

beijinho

Alberta Góis

Victor Gonçalves disse...

Olinda

É muito perspicaz na forma como destrinça o seu interior.
vivendo e aprendendo.

Victor Gonçalves

Mariazinha disse...

Um poema muito sábio, e muito bom.
É interessante as analogias que a Olinda faz.
bjs

Mariazinha

José Manuel Antunes disse...

Olinda + uma vez muito obrigado por partilhar.

J. M. Antunes

B. Magalhães disse...

Mais um primoroso miminho da Olinda, e é assim que me prende...
Abraço

B. Magalhães

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

....... De surpresa em surpresa... fico muito agradecido.

Vasco Sotto Salgado disse...

Fantástico!
É só ler e apreciar

Vasco Sotto salgado

Santos Onório disse...

... ao trilhar este caminho sabe que ultrapassou em muito os objectivos que se propôs alcançar.
A Olinda tem a fibra e a força que a humildade transmite.


Santos Onório

Antónia Matos Neves disse...

Bom dia Olinda,

Este poema está construído em alicerces muito fortes.
muito bom.

Antónia Matos Neves

Bruno Monteiro Castro disse...

Parece muito levezinho... mas vai lá dentro com uma intensidade...

Zézinho disse...

os poemas da sra Olinda são sempre muito bons e eu gosto muito

Zézinho

Lurdes Almeida Perestrêlo disse...

Gosto de seguir o seu raciocínio, e acho que escreveu primeiro este lindíssimo poema.

Lurdes

António Prata disse...

Poderia pensar que a Olinda nasce e renasce a seu belo prazer,... o facto é que nos embala a seu belo prazer.

António Prata

Vasco Sotto Salgado disse...

devoro guloso cada frase... e mesmo que não queira acabo sempre por pensar no assunto.

Victor Sotto Salgado

carla montenegro disse...

Especial para qualquer hora da vida

Leonardo Brito disse...

Olá Olinda,
É sempre um prazer ler o seu interior.
Um abraço


Leonardo Brito

Beatriz Simões de Almeida disse...

Olinda

Muito obrigada.

Beatriz Almeida

Alvaro Santos disse...

.... e claro como não poderia deixar de ser este poema complementa.
A Olinda e o Vasco estragam-me com mimo.
Obrigado

Alvaro Santos

Anónimo disse...

Pois é minha admirável poetiza, isto vai de bom a melhor...


Anónimo Assumido

dama Misteriosa disse...

.... e continuo sem saber o que dizer... é um bocado tipo nascer e já ser adulta


Dama Misteriosa

Miguel Lemos disse...

Cara Olinda uma criança muito desenvolvida e muito ciente do que quer ser quando for grande...

Miguel Lemos

Luís Grillo disse...

.... Muito saber crescer!


Luís Grillo

Filipe Nóbrega e Mello disse...

Poesia contornada... descreve um corpo curvilíneo cheio de promessas cumpridas... e floresce o dia já nasceu.

Hugo Santiago disse...

E voltava a nascer já com a lição apreendida para que não desperdiçasse os momentos que passaram por mim e não valorizei.

Hugo Santiago

anónimo muito assíduo disse...

Ainda há pouco nasci.... e já me passeio entre maravilhosas cortesias....

Carlota Rodrigues Nogueira disse...

Ainda bem que descobri a sua poesia, a Olinda entrou na minha vida no momento certo.

Carlota Rodrigues Nogueira

Jonny disse...

Este poema passa a ser muito especial para mim, acabou por ser o tema para uma agradável reunião familiar, e também me abriu uma série de perspectivas.

jonny

Júlio Bastos D´Orey disse...

Confesso que começa a ser muito difícil comentar a Olinda, porque os termos esgotam e fica repetitivo.
Mas é absolutamente compreensível que se repitam os termos, o que mais posso fazer se a Olinda insiste em provocar-me sensações e emoções com tudo o que escreve? Impossível não lhe dizer que me fascina, e que tem um jeito mágico para me fazer descobrir que afinal é muito fácil abrir o coração e dizer ás pessoas quem amamos que as amamos e que são importantes para nós, assim como também dizer quando nos magoam.
Claro que sempre tive esta opção, mas faltava-me a coragem, pois é necessário não recearmos expormos-nos.

Júlio Bastos D´Orey

Alina Vaz disse...

De repente deu-me vontade de deixar tudo em cacos....
Obrigada1

Alina Vaz

João disse...

Tudo depende da visão que temos das coisas, eu gosto da sua visão... alivia a carga emocional.

João

Alentejano dos 4 costados disse...

é mais ao menos assim como o reverso da medalha....
ma faz bem em destruir o brinquedo que só magoa a gente....


Alentejano dos 4 costados

Madalena Formigal de Castro disse...

.......... seja lá de onde for que vem
a sua criatividade, o certo é que me arrasta consigo nesta agradável partilha de pensamentos

Madalena Formigal de Castro

Maria Manuel Rebelo Cintra disse...

Muito bem delineado e expressivamente realizado!

Olga Nobre disse...

vou seguir o exemplo e partir....Para outra aventura!

Olga Nobre

Natália Sommer disse...

É sempre um prazer renovado ler a sua poesia.

Bjs

Joaquim Liberto disse...

e saio de um vulcão de delírio e entro num manancial de ideias sedutoras,,, até parece que a dor é o brinquedo... a dor é a intensidade com que ama e o desfrutar da pessoa amada, o receio de não voltar a sentir esta felicidade que sente... e ao mesmo tempo a faz sofrer com a mesma intensidade que a faz feliz. O amor prega destas partidas....
A Olinda arrebata conscientemente.

Joaquim Liberto

Tomás de Medeiros disse...

Bom dia Olinda,

Um poema muito bom e muito sugestivo.
Passeamos por vários labirintos e nunca nos sentimos perdidos.

Tomás Medeiros

Joana Fernandes disse...

Que poema maravilhoso, e é mesmo muito importante crescer e apreender as coisas que são importantes.
obrigada Olinda
beijinho

Pedro Nunes de Albuquerque disse...

Excelente poema, regenerador.

Pedro Albuquerque

Isabel Dória Andrade disse...

Muito interessante e realista.


Isabel Andrade

Luis Vaz disse...

Exma Sra Dª Olinda Ribeiro

Um poema interessantíssimo e muito inspirador, e penso que é o fechar do circulo dos seus anteriores trabalhos sobre o sonho, claro que é assim que o entendo, mas quando lido isoladamente tem uma componente de aprendizagem muito forte, é até muito pedagógico.

Atentamente

Luís Vaz