De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
William Shakespeare - Tradução de Bárbara Heliodora
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Soneto 116
Etiquetas:
William Shakespeare
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2 comentários:
“Que à união de almas, sincera,
não admita eu impedimento. Não é amor o amor
se, quando empecilhos encontra, se altera,
Ou se curva ao mínimo temor.
Oh, não! É o amor marco eterno, dominante
Que encara a tempestade com bravura
Estrela-guia de toda vela errante
Cujo valor se ignora em altura
Não é o amor joguete do tempo, embora
Sua foice não poupe a mocidade
O amor não se transforma de hora em hora
Antes se afirma para a eternidade
Se for isso falso e o engano, a mim provado
Então nunca terei eu escrito, nem jamais homem nenhum, amado”
Lindo! Se vc conseguir retocar o último verso, reduzindo a extensão, sem alterar o que está escrito, ele entra em antologia.
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