Em 1852, com 13 anos, vem com a sua mãe, para Lisboa.
Desde jovem que se destacou pelas opiniões revolucionárias e pela forma de estar na vida.
Lutador e muito congruente com os seus ideais socialistas.
Antero de Quental espalhou saber pela poesia, filosofia e política.
Em 1865, foi um dos principais envolvidos na polémica conhecida por Questão Coimbrã, em que humilhou António Feliciano de Castilho, seu antigo professor e crítico literário.
A polémica só terminou com um duelo entre Antero de Quental e Ramalho Ortigão travado, a 6 de Fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água, no Porto, que se saldou por ferimentos ligeiros.
Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo. Uma profissão que exerceu também em Paris, em Janeiro e Fevereiro de 1867. Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós e Ramalho Ortigão.
Em 1874 adoeceu de psicose maníaco-depressiva (doença bipolar), que desde então o afligiu. Foi convidado pelo Partido Republicano para candidatar-se como deputado, mas teve de recusar.
Antero de Quental herdou em 1873 uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver desafogadamente, dos rendimentos dessa fortuna.
Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceita presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga é efémera.
Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Neste momento o seu estado de depressão era permanente. Passado um mês, em Junho de 1891, regressa a Ponta Delgada, acabando por suicidar-se dia 11 de Setembro de 1891, com um tiro na cabeça, disparado num banco de jardim.
Para Antero de Quental, os ideais da fraternidade e solidariedade não poderiam ser em vão. Foi dos primeiros a trazer o socialismo, o republicanismo e o marxismo para a discussão pública.
A SUA OBRA
A poesia de Antero de Quental apresenta três faces distintas:
A das experiências juvenis, em que coexistem diversas tendências
A da poesia militante, empenhada em agir como “voz da revolução”
E a da poesia de tom metafísico, voltada para a expressão da angustia de quem busca um sentido para a existência.
A oscilação entre uma poesia de combate, dedicada ao elogio da acção e da capacidade humana, e uma poesia intimista, direcionada para a análise de uma individualidade angustiada, parece ter sido constante na obra madura de Antero de Quental.
Antero de Quental atinge um bom grau de elaboração nos seus sonetos, que são considerados dos melhores da língua portuguesa e comparados aos de Camões e aos de Bocage.
Há, na verdade, alguns pontos comuns (estilísticos e temáticos) entre estes três poetas:
Os sonetos de Antero de Quental têm um inegável sabor clássico, quer na adjectivação e na sua musicalidade equilibrada, quer na análise das questões universais que afligem o homem.
Elogio da morte
Entre Sombras
Ignoto Deo
Os vencidos
Se comparo poder ou ouro ou fama
Voz do Outono