sábado, 26 de novembro de 2011

Ter tudo


Pudera eu ser suprema, sem igual!
Ó nuvem, ter o céu no qual desmaias!
Ter ares imponentes como as faias
Que não se curvam ante o vendaval.

Conter nas próprias mãos o bem, o mal,
O místico saber de antigos Maias,
A força das marés por sobre as praias,
Pudera como um deus ser imortal!

Ah! Meu amor! Ter tudo em meu viver!
E um anjo puro vir me conceder
Ter nome de mais sábia dentre os sábios....

Ter todas as riquezas deste mundo!
Mas trocaria tudo em um segundo
Por um ardente beijo dos teus lábios!

2011 Claudia Dimer
Soneto enviado pela autora, para publicação

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Meu amante Odalisco


Fazes-me sentir tão especial! …
Deixas o meu ego cheio de vaidade,
que nesta aparente fragilidade…
Descubro que sou tua igual.

Tratas-me como uma rainha!
Desdobras-te pra realizar meus desejos,
delicias-te com o pagamento em beijos,
e sentes tua, a felicidade minha.

Neste trocar de sentires, estendes a mão…
Tocas nos meus dedos suavemente…
Entrelaças nossas mãos num momento…

Reténs no olhar pleno de ardente paixão …
a carícia delicada … perene/pungente,
fadando tudo o mais ao esquecimento!


E por aqui ficas amando-me como tua rainha…
Sentindo Tua, … a felicidade que é Minha!

2011 Olinda Ribeiro

domingo, 13 de novembro de 2011

És livre de ser livre


Ao recusar o impressionismo caótico
Cruzo-me pelas vias subversivas da loucura
Pelas mesmas vias sublimo gestos de ternura
carinhoso olhar indelével sagaz hipnótico.

Quem não se liberta das amarras invisíveis
Não tem por direito o direito à liberdade
Não se é prisioneiro só negando a verdade
Mas negando libertar as amarras bem visíveis.

Perguntas-me então pela Liberdade
Incrédula apercebo-me da desilusão
Olhas-me com um olhar que nunca vi

Estarreço insensata pela insanidade
de não entenderes que não há prisão
e que a Liberdade está dentro de ti!

2011 Olinda Ribeiro

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Espero que fiquem esclarecidos …(final - conclusão da parte 1)

Ocasionalmente amplio o prazer desconcertante de me surpreender
com o jogo dos segredos possuídos, a relação enigmática da linguagem,
odores almiscarados simbióticos, recriam sensorialmente a minha essência sensitiva,
e intuitiva à qual chamo o meu DNA de maturação. Sou o meu laboratório e também
a molécula celular que analiso, a minha bioquímica psicológica fisiológica!
Agora que me apresentei convém esclarecer porque me descrevi tão psicodinâmica.
Simplesmente porque todos temos a nossa individualidade, especividade,e características, que nos definem enquanto espécimes únicos.
Claro que sou uma espécie única e rara… aliás raríssima!...
Razão pela qual raramente me encontro! O que é um grande inconveniente,
pois quando preciso de mim, nunca sei onde estou.
O que me leva a outra situação: Os afectos. Aqui um certo Sr. Dr
Colocou-me uma questão :- porque é que os afectos me incomodam?
Efectivamente nunca tinha percebido que os afectos me incomodassem.
Mas considerando que não sou especialista no assunto… e também porque
é hábito os Srs. Drs fazerem e colocarem estas questões, até para darem
um certo ar deprofundo conhecimento sobre a psicose humana,…
eu remeto-me ao meu laboratório analítico e faço uns ensaios…
convencendo-me tambémque estou a tratar do assunto…
e que brevemente descobrirei respostas e acções condizentes.
Claro que é tudo uma grande tanga, mas como a etnologia humana,
desloca a questão do sentido gradualmente construindo imediatos
condicionalismos para um ideal sensorial, cito o olhar, as posturas,
e até a oratória, claro está sem esquecer o lado emocional da coisa.
Assim sendo, e dado o adiantado da hora, espero que tenham ficado
devidamente esclarecidos, porque na parte que me toca, não percebi
rigorosamente nada, porém como sou apoliticamente incorrecta,
aproveitei a oportunidade para concluir que afinal ainda meconsigo
surpreender surpreendendo a minha (in)capacidade de raciocinar.
Claro que esta dissertação não explica tudo, ,,,
assim como não explica a minha veia poética…. Nem desértica.
Porém como o prometido é devido, e porque os leitores merecem
a minha admiração e agradecimento, e porque impera a analogia
e o respeito por todos e pela minha pessoa.
Dou por terminado o esclarecimento!!!

2011 Olinda Ribeiro
Agora vou descansar é que às 7h e 30m da manhã a minha filha vai nascer e quero estar devidamente preparada para parir (termo clínico) / dar à luz (termo elétrico).
Bem hajam

Dor silenciosa


Silêncio. Ouço o seu frio,  a sua escuridão.
Imponente. Gigantesco. Avassalador.
Uma demanda enredada na compreensão.
Um varrimento sistémico, levado a rigor.

Entre as trevas de uma solidão partilhada,
Na confusão labiríntica da mente,
Procuro-te sem tréguas, ó dor agrilhoada,
Que perduras de forma insistente.

Ocultas-te habilmente para além da consciência,
Desafias diariamente a minha paciência,
O desespero exponencia o teu poder.

Procuras fortalecer-te com maldade,
Respiro fundo. Aguardo com serenidade.
Já vislumbrei o desfecho… Irei vencer !

2011 Vasco de Sousa

terça-feira, 1 de novembro de 2011

… E eu meu amor só tenho um sorriso pra te dar


Pedes perdão por me amar como amas…
….mas amas como sabes amar…,!
A sofreguidão com que me possuis é desmedida.
Odeias o ar que respiro pois o ar não és tu,
e sentes-te ínfimo comparado com o ar que respiro.
Tens uma possessão bravia por cada partícula minha.
Até as palavras te doem pois roubam espaço aos beijos.
E se a minha voz ecoa ficas louco de desejo…
dizes que tenho voz cálida, silvestremente  ardente , sagaz e inquieta,
delicada, tão sensual que te faz vibrar e aumentar a fome que tens de mim!
E o desejo na minha voz enlouquece-te ainda mais.
Os teus pensamentos são outros tantos tormentos. …
Arrebatados agrestes impetuosos espraiados em marés vivas.
Não sabes porque existes, só perduras porque eu existo…
Mas a existência é um sopro etéreo e queres-me real.
Todo o tempo é demasiado curto para me amares,
O tempo não se sustém suficiente para realizares o amor que me tens.
As promessas são parcas ilusões com que enganas a minha ausência.
E a minha pele? Como pode algo substituir o toque da minha pele?
O meu odor embebeda-te os sentidos, ébrio é o teu estado permanente.
E tudo é tão fugaz, tudo parte e nada permanece,
E tu não sabes como me reter para me eternizares.
Os teus braços envolvem-me e não me separam de ti.
Procuras no meu olhar tranquilo a paz para uma guerra que não travas,
Queres encontrar dentro de mim a tua razão e o meu ser.
Mas tu sentes um vazio que te deprime e sufoca.
E queres levar-me contigo para os horizontes impossíveis,
na certeza que apaziguas a irascibilidade da paixão.
E eu meu amor só tenho um sorriso pra te dar!

2011 Olinda Ribeiro

Nas minhas memórias


Nas minhas memórias, eu posso encontrar,
O vosso passado, fragmentos preciosos,
Que nelas, com amor, irei perpetuar.
Recordo com gosto, carinhos e afetos.

Em todos vós, está o meu pensamento,
Pois já moldaram aquilo que hoje sou.
Só tenho palavras de agradecimento,
Por tudo de belo que comigo ficou.

Guardo comigo toda a vossa alegria,
Tudo o que de bom me foi ensinado,
E é por isso, que em especial neste dia,
Vos agradeço, o que me foi confiado.

Enquanto vos lembrar, com o meu coração,
Sei que, através de mim, vocês viverão.

2011 Vasco de Sousa