Coube ao fiorentino Francesco Petrarca aperfeiçoar a estrutura poética iniciada na Sicília, difundindo-a por toda a Europa em suas viagens. Sua obra engloba 317 sonetos contidos no "Il Canzoniere", a coletânea de poesia que exerceu influência sobre toda a literatura ocidental. As melhores poesias desse livro são dedicadas a Laura de Novaes, por quem possuía um amor platónico. Destacam-se os recursos metafóricos e o lirismo erótico dos sonetos.
Dante Alighieri, o autor da consagrada A Divina Comédia, e também um seguidor de Guittone, em sua infância já compunha sonetos amorosos. Seu amor impossível por Beatriz (provavelmente Beatrice Portinari) foi imortalizado em vários sonetos em "Vita Nuova", seu primeiro trabalho literário de grande importância.
Graças a uma viagem que fez para a Itália em 1551, o poeta português Sá de Miranda regressando em 1526, trouxe para Portugal uma nova estética, introduzindo pela primeira vez o Soneto, a canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas e os versos de dez sílabas, conhecidos como decassílabos.
Anos se passaram até que dois ícones da literatura mundial, um português e um inglês, deram ao Soneto, cada um ao seu modo, o toque de mestre: Luís Vaz de Camões e William Shakespeare.
Desde então, o soneto adquiriu importância ao redor do mundo, tornando-se a melhor representação da poesia lírica. Alguns casos são notáveis: o poeta russo Aleksandr Pushkin compôs Eugene Onegin, um poema repleto de sonetos adotado por Tchaikovsky para compor uma de suas óperas; o francês Charles Baudelaire ajudou a divulgar os versos alexandrinos em Les Fleurs du Mal. Até Vivaldi usou-se de sonetos.
E por falar em versos alexandrinos, utilizados por muitos sonetistas, eles remontam - segundo alguns dicionários da língua portuguesa - a uma obra francesa do século XII chamada Le Roman d'Alexandre, versos de doze sílabas poéticas. Porém, os dicionários da língua espanhola - apesar de apontarem para a mesma origem - insistem em afirmar que os versos alexandrinos são aqueles que contêm quatorze sílabas gramaticais.
Finalmente, após aderir ao humanismo e ao estilo barroco, o poema dos catorze versos acabou sendo desprezado pelos iluministas. No século XIX, ele voltou a ser cultivado, com mais fervor, por românticos, parnasianos e simbolistas, sobrevivendo ao verso livre do modernismo - que viria em seguida - até aos dias atuais.