sábado, 9 de junho de 2012

Não. Não tenho limites.

Não. Não tenho limites.
Quero de tudo
Tudo.
O ramo que sacudo
Fica varejado.
Já nascido em pecado,
Todos os meus pecados são mortais.
Todos tão naturais
À minha condição,
Que quando, por exceção,
Os não pratico
É que me mortifico.
Alma perdida
Antes de se perder,
Sou uma fome incontida
De viver.
E o que redime a vida
É ela não caber
Em nenhuma medida.



Miguel Torga

2 comentários:

João Moura Cancela de Abreu disse...

Por vezes tenho a nítida sensação que os poetas são todos uma só alma, pois se não fora estar assinado Miguel Torga diria que era da nossa Olindinha, e isso acontece-me imenso até com poetas estrangeiros ainda há dias li um poema de um poeta irlandês e parecia o nosso Vasco Sousa...
Poetas dou graças a Deus por eles!

abraços

João Abreu

Lourenço Cravinho Mateus Cabral disse...

Tem razão caro João, quando li pensei que era da Olindinha só depois constatei que não.

Abraço

Lourenço