segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Estou imóvel. Aqui parado.

Estou imóvel. Aqui parado.
Arrasto as palavras dentro de mim.
Lento… Neurónio não, neurónio sim.
A tua realidade não é a minha,
Falas comigo à tardinha…
Não sei o que te responder,
O que será que estás a dizer ?

Um sorriso rasgado.
Dás-me um carinho abençoado,
Derreto-me com ele… de bom grado.
Gostava de te poder sorrir…
A minha face parece não fletir,
Da minha boca solta-se um gemer,
Uma lágrima escorre sem querer.

Abraças-me. Estou deitado.
Amanhã virás novamente,
Com o teu ar bondoso e paciente,
E mesmo que eu não diga nada,
Tu sabes que muito me agrada,
Aqui, qual inconsciente, a divagar,
Receber o amor do teu olhar.

Quem és, já pouco importa,
Estarás amanhã à minha porta.
Obrigado.

2012 Vasco de Sousa

31 comentários:

Alexandra Monteiro de Barros disse...

Olá Vasco,
Realmente parece um pouco perdido...
mas ficamos sempre assim quando buscamos o nosso crescimento...!

Abraço

Beatriz Simões de Almeida disse...

Boa noite Vasco de Sousa,
não sei se percebi muito bem qual a mensagem deste poema, mas é muito bom ler o que escreve.

Abraço

Beatriz Simões de Almeida

Victor Gonçalves disse...

Boa noite amigo Vasco,

(Tem razão... anda mesmo sem inspiração!)

Felicito-o pela coragem de partilhar connosco o que escreveu, mesmo que seja um poema confuso, alguma coisa aprendemos de certeza, e escrever o que se sente é uma maneira de "arrumar" as ideias e os afectos.
Não estou nada preocupado... pois sei que muito de bom este poema gerou.

Grande abraço

Victor Gonçalves

Vasco de Sousa disse...

Poderei andar perdido por vezes (muitas vezes), mas este poema não trata de tal assunto.

Descreve alguém que no fim do seu percurso de vida, depois de perdidas algumas das suas faculdades físicas e mentais, se limita a apreciar os cuidados de quem dele trata, com muito amor e carinho.

Bem hajam.

Vasco

Anónimo disse...

OK, já percebi está a descrever a nossa estimada poetiza! Pois tanto quanto sei (e confirmo) é isso que a sra faz!
Afinal o poema é extraordinário e o Vasco de Sousa muito mais atento que o eu pensava!
Realmente a poetiza é fantástica, consegue lidar com situações excessivamente precárias com uma delicadeza e um amor infinito, como se tudo fosse fácil, deixa sempre um sorriso nos lábios de quem cuida.
Aqui todos temos muito apreço pela
coragem e dedicação, o que poucos sabem é que para a Olinda é cada vez mais difícil ver o sofrimento alheio e não raras vezes dei com ela a chorar por se ser impotente para amenizar o sofrimento de alguém. Até porque sei que alguém que muito ama e lhe é próximo está bastante debilitado...
Desejo-lhe tudo de bom!
Um grande beijo

De uma grande admiradora

Anónimo disse...

Boa noite Vasco de Sousa, ainda bem que esclareceu o poema assim é mais fácil perceber e também ganha mais beleza é muito bom e agradeço.

abraço

Zézinho

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

Olá Vasco,

Confesso que só depois de ler o seu comentário é que consegui perceber melhor a mensagem e homenagem aos personagens do seu poema, fico contente pois ainda engrandece e enobrece muito mais o que nos transmite.

Bem haja

um abraço

Jorge Cardoso Vasconcellos

Anónimo disse...

Correcção ao meu comentário:- Queria dizer que quando encontro a Olinda a chorar é aquele "choro silencioso e isolado" pois não aprecia que nos apercebamos do seu sofrimento, e se aqui a expus é porque acho que merece ver reconhecida a sua dedicação e empenho em minorar o sofrimento alheio.

De uma grande admiradora

Gil Alves Macedo disse...

Boa noite Vasco,

Entendo perfeitamente o que quero dizer... Infelizmente! Mas felicito-o pelo respeito e carinho que mostra.

Um grande abraço

Gil Alves Macedo

Mariazinha disse...

Olá Vasco de Sousa.
Ok, li o poema antes e depois do seu comentário, e serve para ambas as situações... na primeira alguém que sabe que sabe que qualquer que seja o problema a seu tempo tudo se resolverá até porque acredita que a ajuda vem a caminho, e aí o poema parece um pouco confuso ainda que realista. Na segunda com o seu esclarecimento tudo fica mais compreensível e aí sim fica mais clara a situação que retrata, portanto parabéns para todos porque é sempre um momento interessante ler algo ambivalente.

abraço

Mariazinha

Nuno Maria Spinola Enes disse...

Um poema muito delicado, e situações infelizmente muito incompreendidas, por vezes não só por familiares, mas até por profissionais, felizmente também existem muitas situações em que quem precisa recebe o melhor de tudo em todos os aspectos... que deveria ser igual em todos os casos.

Para o Vasco um grande abraço por trazer este momento até nós.

Nuno Enes

Carlos Augusto disse...

Um tema muito sensível, este poema retrata uma verdade incontornável.

Abraço

Carlos Augusto

PS: A nossa amiga bem que podia enviar-lhe um soneto que escreveu sobre o mesmo tema.

Guilhermina Soure disse...

Cuido de idosos e este poema é uma grande verdade, mas é uma profissão muito difícil.

Olinda Ribeiro disse...

Boa tarde meu amigo e estimado poeta.
Conheço muito bem o espaço físico e mental onde estas cenas se desenrolam, sei que muitas vezes o olhar triste, vago, e perdido encontra num carinhoso afago a maravilhosa lucidez de esquecer que a "diminuição" é apenas um estado temporário. Olhar com respeito e carinho é devolver Dignidade a todos os que por alguma "circunstancia" sentem que a perderam.

Beijinhos e abraços para todos.


Olinda Ribeiro

José Manuel Antunes disse...

Boa noite amigo Vasco,
realmente trás um tema muito aceso...
por vezes achamos que é mais fácil desviar o olhar... a verdade é que nem a nós conseguimos enganar!
Um abraço

J. M. Antunes

Júlio Bastos D`Orey disse...

Pois então muito boa noite Vasco de Sousa, até poderá parecer um poema confuso, mas não É! Basta perguntar a quem melhor sabre sobre o assunto!

Parabéns Vasco de Sousa e um forte abraço.

Ana Rita Sarmento disse...

Tenho um carinho especial por este tema, mas é muito delicado e apavora-me saber que pessoas que amo ou até eu própria possamos passar por esta situação!

Ana Rita Sarmento

Lurdes Almeida Perestrêlo disse...

boa noite,
confesso que me intimida um pouco estas realidades, sei que para mim seria praticamente impossível dar a estas pessoas o que eles necessitam, pois não as consigo encarar de frente. Pese-me esta dura verdade, é esta razão porque me remeto para o que consigo fazer e deixo para quem tem competência a realização desta miraculosa tarefa.

Lurdes Perestrêlo

Olga Nobre disse...

Boa noite Vasco de Sousa.

Um tema muito pertinente.

abraço

Olga Nobre

Dário Santareno disse...

Boa noite Vasco de Sousa,

Depois de ter sido seduzido + uma vez pela nossa poetiza venho cair na dura realidade!
É uma realidade com a qual lidei portas dentro, por esta razão é-me difícil lidar com ela. Desejo a todos os que têm que passar por ela que muita força e muita determinação, e para os doentes, envio muito amor e muito carinho.

Dário Santareno

PS: Olinda quando eu estava nesta situação e precisava de ajuda... este seu comentário teria sido um grande apoio! Bem haja

Dama Misteriosa disse...

Boa tarde poeta Vasco
com um sol tão bonito, realmente não era este o género de poesia que me apetecia ler, mas ainda bem que a escreveu, é sempre oportuno recordar que outras realidades existem.

Um abraço

Dama Misteriosa

Fátima Melro Pinheiro disse...

Um poema destes não é muito fácil de ler, muito menos de digerir, felizmente este espaço pelo que me tem dado a entender desde que o leio há + ou - 2 meses é muito peculiar e especial, aqui os leitores são muito polivalentes e interagem numa união muito motivante. Por esta razão todos os temas são tratados com a mesma deferência, respeito, e objectividade.

Sei que é um blogue diferente!
Até porque poucos são os que se conhecem entre si.

Joana Palma disse...

Olá Vasco De Sousa
Deve ser muito doloroso conviver com esta realidade. Mas penso que também é mais doloroso para aqueles que estão conscientes do seu sofrimento pois sentem o seu sofrimento e o sofrimento de quem amam.
Abraço

Joana Palma

B. Magalhães disse...

Boa noite prezado Vasco de Sousa,
Aqui está um poema que mexe a bom mexer com a nossa mente, provoca várias sensações a quem o lê, e algumas não muito agradáveis pois uma das que se sente é: Será que me pode acontecer a mim?

Grande abraço

B. Magalhães

Paula Morais disse...

Felicito o poeta pelo poema porque É uma verdade incontestável.
Acarinho os homenageados porque são dignos do meu respeito e afecto.
E abraço com o abraço mais terno do mundo a Olinda Ribeiro porque com um sorriso, carinho, e uma dedicação indescritível conseguiu que "a ausência e a dor" tenham o sabor do amor pleno. Falo por experiência própria pois durante 8 meses foi o suporte de toda uma família destroçada pela dor, e a "dádiva" que o meu pai recebeu, se partiu com um sorriso nos lábios foi porque esta delicada sra soube unir toda a família e transformar uma dolorosa caminhada numa amena cruz.
Olinda Muito Obrigada, nunca é demais agradecer o bem que faz.
Beijinho

Paula Morais

Bruno Monteiro Castro disse...

Boa noite Vasco de Sousa,
Se Dúvidas houvesse sobre a excelência deste especialíssimo espaço, com a magnitude deste poema ficariam completamente esclarecidas. É por muitas razões que aqui somos intervenientes e assíduos, noutros espaços somos visitantes ocasionais... e achamos que ter lá ido foi perca de tempo e nem voltamos.
Parabéns

Bruno Monteiro de Castro

Maria Costa disse...

Boa noite Vasco,
com um tema tão delicado também se faz excelente poesia.
beijinhos

Maria Costa

Alvaro Santos disse...

Boa noite Vasco de Sousa,
Li todos os comentários, e os amigos leitores tal como eu, têm pelos estimados poetas grande admiração e carinho. São os estimados poetas que nos atraem com a vossa elevada qualidade poética e sensibilidade humana aliás bem demonstrativa no tema deste seu poema.
Portanto meu amigo sem falsas humildades acho que todos estamos de parabéns pois somos todos construtores deste inigualável espaço.
Um grande abraço

Alvaro Santos

Maria Manuel Rebelo Cintra disse...

Boa tarde,
neste espaço vive-se, partilha-se, aprende-se e cresce-se ao ritmo de cada um.
Abraço

Maria M. R. Cintra

António Lopo Serzedêlo disse...

Porque tudo é uma razão para crescer neste espaço partilha-se aprende-se e claro cresce-se!
Excelente poema!

António Lopo Serzedêlo

Rui Pedro disse...

Sei perfeitamente do que escreve!

Rui Pedro