quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Tempo

Longe vão esses dias de inocência,
Quando o teu sorriso era só meu…
São quase recordações de infância,
Mas que nem o tempo desvaneceu.

Ficou uma longa e doce saudade,
De muitos e verdadeiros momentos,
Descomprometidos, belos, de felicidade,
Que hoje podemos recordar juntos.

Ainda vejo nas tuas faces aquele rubor,
O brilho de um sorriso encantador,
Uma voz doce que ainda me embala.

Por vezes, viver o passado é tentador,
O futuro pode ser um indicador,
Mas é no presente que tudo se revela.

2011 Vasco de Sousa

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Big-Bang

Num instante, o silêncio e a escuridão,
Depois tudo o que existe se formou.
Após uma muito grande explosão,
O universo cresceu e tudo se afastou.

Uma estrela nasceu, dos restos de outra,
Poeiras e rochas se juntaram em planetas,
A terra arrefeceu, formou-se a água,
Já se viam asteroides, satélites e cometas.

O milagre da vida povoou os mares,
Em seguida, a terra. Sempre em evolução.
Milhões e milhões de anos tudo isto durou !

Foi então a vez de, por fim apareceres,
E astuta, roubares o meu coração !
Foi então que o meu universo começou.

2011 Vasco de Sousa

domingo, 25 de setembro de 2011

Mister

Folgo em saber-te contente…
se alegro a tua vida por momentos,
dando descanso aos teus tormentos,
então cumpro a razão de ser gente!

Mas não te iludas meu amigo…
És tu quem por mim mais faz.
Devolves o retorno da paz,
ao perceberes porque tanto formigo.

Acarinhas-me no teu coração…
Com corolas perfumadas de ternura.
Manténs do meu sorriso a frescura.
Edificas-me com a tua gratidão.

E ainda me elevas o ego da estima,
ao dissolveres o que tenho de inútil,
limas arestas, retiras o fútil,
valorizas a amizade que nos intima.

Sou leiga nas vaidades constantes…
Nenhures é o lugar onde me encontro,
e as verdades com que me confronto
são bem mais tristes e desesperantes.

Quem tem que te agradecer sou eu…
Dou cumprimento à razão de ser gente!
Alivio-te o tormento, deixo-te contente,
e cumpro o Mister que é meu !

2011 Olinda Ribeiro

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Bola de sabão

É neste falar entre passinhos miúdos que o mundo se desenrola….
…. Eu fascino-me! … É cá uma mania minha.
A cada letra se junta outra letra, e faz uma bola de sabão colorida…
….lá fora as catraias inventam sete saias rodadas,
para esculpir os ventos do sudoeste…
Largos saltos pernaltas de sete léguas e meia.
Srs. cheios de si contam sismas de arripiar… (apre)
Mas ligeira como sou, ignoro, economizo…
não faço contas com a vida… também “nada” lhe devo.
E o “nada” é um preço demasiado custoso de engolir…
(tenho mal de gargantear …
garganta entupida com sapos…
(sapos gordos difíceis de enguuulir) (u de glutir)
Foi-me diagnosticado por um formoso médico,
desses lá de Coimbra…. (meu coração fraquejou)
Muito bem me observou…. com palpações e tudo… (que ricas mãos…)
tanto, que me absorveu, o meu linguarejar…)
(acho que era mais falta de ar…)
E como tudo destina o que a cada qual se preserva,
… deixei de ser menina… parecia o esplendor na relva…
Passei a ser uma flor que enrubesce e gentil e afoita incandesce...
E volteei-me para dar rumo ao acaso,
levo estas questões muito a preceito!
……Não reparei no desenrolar dos acontecimentos…
Fui beliscando e tremendo uns bocados,
(senti uns afrontamentos,,, e parece que uns chiliques)
inda hoje estou à cautela que esse formoso moço, vire moço de pecados…
É que tenho uns atrasos que se perdem na espera…
Humor negro com muito amor inocente!
Não chego para as contendas… (falta jogo de cintura)
agora tudo se F O I* …e a paz serena,… ??? mas que pena!!!
É um berço de fraternidades… Ai tantas são as saudades!
Deito o olhar para fora, os catraios já rodopiam…
E nos seus passinhos miúdos,
o mundo tomou feição dum belo chuto na bola…
que faz os catraios felizes!
Para não destoar, bati palmas aos petizes.
Mas os segredos são meus,
são contas de rosários,
desfiadas numa oração repetida.
E como quem chora é quem mama…
dei um pulito prá cama e por lá me deixei ficar…
Se tola me apresento, é só para a fotografia,
quebra a monotonia…. Mas bem sei que me perdia.
Lá tive a sorte dum louco… foi por pouco muito pouco.
Moral, história, ou ficção, certo é que com muito jeitinho
lá surripiei, o arco-íris de uma bola de sabão!

Olinda Ribeiro (Lili)
Dezembro de 2000
* Foi Ontem Impossível… porque afinal sou uma menina bem comportada!
Amanhã é outro dia … a vida vive-se … e o futuro não espera.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dissertando

Uma poetiza já nasceu poetiza…
é simplesmente poetiza.
Construtora de lagoas poéticas…
as ondas absorvem a plenitude dos sentires.

A poesia abrange todos os actos e profissões…
Mesmo quem tem outra visão,
acaba sempre por criar poesia…
ninguém precisa de acreditar…

Parece prática fazer poesia por palavras,
mas não é necessariamente obrigatório…
eu por exemplo…
uso as palavras para transpirar sentimentos,
será poesia?

O nascer e pôr do sol é poético…
A vida é uma composição de momentos.
Histórias fazem poemas reais ou lúdicos…
Eu brinco com as palavras…
são as palavras que lavram as minhas emoções…
sensitivamente deixo-me levar.

2011 Olinda Ribeiro

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Amar

Amanhã talvez saiba o que dizer
por agora vou tentar dormir
a noite é boa conselheira
o conselho ditará o proceder
com o repouso melhora o discernir
a decisão será mais certeira.

Depois decididamente partirei!
Preciso rumar a outra aventura.
Entardecer noutras paragens.
Não interessa como, mas arranjarei,
berço para uma nova criatura,
que abarque outras linguagens.

Tenho tanto que aprender… tantos amores que são meus.!
(Este “viver” é fortuito… é uma “coisa” que me inferniza.)
Tenho sede de sentir! Outros mundos! … Outros eus.!
Tenho mesmo que partir! Para lá onde o AMAR se eterniza!

Olinda Ribeiro (Lili)
Sintra, Outubro 1991

sábado, 10 de setembro de 2011

«Chuva miúda e céu nublado»

Chuvinha não fazes parcimónia,
cais levezinha como um carinho…
lavando docemente o meu caminho,
dás-me trato terno, sem cerimónia.

O céu nublado dá uma ajuda,
quer contigo fazer parceria,
unidos criam clima de harmonia,
cuidando que a dor se aveluda...

Chuvinha, por mim não temas…
agradeço o teu toque suave,
mas a dor aveludada é ilusão,

as lágrimas correm amenas…
preciso chorá-las… talvez assim lave,
do céu, as nuvens negras da solidão!

2011 Olinda Ribeiro

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Refúgio

Sento-me exausto, nesta velha cadeira,
Depois de um dia de Sol abrasador.
Contemplo com gosto a vista sobranceira,
Este pôr-do-sol com todo o esplendor.

Aninho-me satisfeito no meu abrigo,
Inspiro a paisagem, a perder de vista…
Expiro devagar… Encontro-me comigo…
Parece uma pintura de um artista.

Lágrimas incontidas rolam pela cara,
Mas estas expressam apenas alegria.
Saboreio os recortes no horizonte.

Acompanham-me o grilo e a cigarra,
Inundam o ar com doce melancolia.
Um belo céu estrelado cobre o monte.

2011 Vasco de Sousa

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

«Nem tudo o que É… parece»

Provavelmente pensarás que não me respeito
Pois sempre que bates palmas baixo a guarda
Provavelmente pensarás quando te rejeito
Que estás no ponto pronto pra vanguarda
E que de novo me aliciarás aos teus prazeres
Denotas contudo insegurança… receios
Poderás manipular-me quando quiseres?
Ou começaram a faltar-te os meios?
Interrogas-te? E olhas altivo para mim
Perscrutas as minhas reacções….
Esquadrinhas porque reajo assim?!...
Tentas descobrir as minhas direcções
E como quem já se aproxima da derrota
Disparas juras de amor e até te vitimizas
Consciente do fechar da porta…
Almejas que eu seja como me relativizas.
Então olhas de novo… sentes que o rejeito
É não a minha resistência ao que quiseres
Mas sim o mostrar o quanto me respeito!
O gozo é meu! São meus os teus prazeres!
Não te leves tão a sério….
Ninguém é de ninguém
Não há qualquer mistério
Apenas me sinto muito bem!

2011 Linda (Olinda Ribeiro)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Repara o efeito de perfil

Sou tola não nego, até te dou muita razão! (!!!)
Melam as palavras com que me entontas,
Fazes crer que tens por mim grande paixão!
Mas dás prioridade… à tua lista de compras.
Credível é ilusão, que na minha mente flutua.
Sou tola! Muito tola! É tão grande a tontaria,
Que até ando a mobilar, a nossa casa da lua,
E toda aperaltada, espero por ti todo o dia.
Se me zango contigo,
É tão grande o teu lamento,
Que ainda me zango comigo,
Por te causar sofrimento. (!!!)
Vestes o teu ar inocentezinho…
(Querido, conheço-te de ginjeira!)
Chegas como um cordeirinho…
Eu? Esparramo-me na tonteira!
Sou tola e cega porque quero…
Pensas jeitoso que me enganas?
Jeitinho, é pôr semblante sincero,
Ouvindo tuas desculpas espartanas!

2011 Linda (Olinda Ribeiro)
São as mulheres que dão à luz os homens (A natureza é sábia)
Os homens são o fruto das mulheres (Sábia é a natureza)